Na escuridão daquele tempo me vi sozinha.
Absolutamente nada e tudo.
Compassos do destino firmavam minhas mãos.
Solos de treinamentos brutos, tentativas em vão as minhas.
E Deus, na sua infinita bondade, me fez compreender, que todos os caminhos já estão traçados para os que têm fé.
Uma fé ousada, dolorosa, inclusive.
Assim, nos firmamentos duros tive um bom regresso.
Uma sorte desalinhada e neste momento, afirmo, sou apenas um ouvido atento às palavras.
Existe um compasso do destino, fruto daquela vida.
E eu? Sou o nada, o vazio, a certeza, o regresso.
Talvez seja isso, você não precisa ser, tão apenas sentir.
...
Eu vou operar meu útero e retirá-lo dia 16. Seria amanhã, mas mudou a data.
Existem sonhos que se acabam, a vida muda.
Deus retirou de mim a vontade em ser mãe. E aqui, estou, com pequenos sonhos, quase pequeninos.
Hoje o que me deixa feliz é estar ao lado da minha mãe, em casa, minha família, ter voltado ao blogue, os meus vestidos, trabalhar. Acho que somente isso me basta. Eu tenho tudo o que mais pedi a Deus: paz espiritual fraca, mas existente.
Uma amiga me deu esta boneca de papel, que seria numa brincadeira, uma filhinha(a Sara), num tempo passado, que já se foi.
Está tudo bem.
Com gratidão, Mari.