Já não me encaixo numa religião única e falo, hoje, isso com coração aberto e sem vergonha de julgamentos.
Dado tempo, diria que estaria no caminho do mal.
E minhas amigas da igreja, senhoras, diriam, com fervor, que iria me contaminar espiritualmente.
E minhas amigas da igreja, senhoras, diriam, com fervor, que iria me contaminar espiritualmente.
Mas isso deixa de ser verdade.
Deus nos quer felizes.
Eu, realmente, de coração sincero, nem sei como posso ter coragem mínima, ainda, de dizer o nome de Deus, dado o número dos meus pecados de mulher.
Mas entendo a minha espiritualidade e que nada posso fazer para fingir que existe.
Entendo que eu sou um milagre.
Milagre vivo e real.
Por isso, tenho sede de vida, de justiça, porque foram as únicas coisas que me faziam sonhar.
Acho justo lutar por aquilo que se acredita.
Em resumo, é impossível sair de um deserto, alimentando-se daquela sede, sem sair preparada para enfrentar qualquer coisa que impeça a sua vida e seus sonhos de serem livres.
Eu
sou muito forte na minha extrema fraqueza e na minha alta miséria de, muitas vezes, ser uma desumana.
Sim, sim, sou dura comigo, deveras e com meu semelhante.
Por isso, peço perdão.
Fotografia: Stella Padão.
Fotografia: Stella Padão.