Eu não sei.
Pergunto para minha mãe, sempre, e mesmo doente, ela diz que sou advogada e que é uma profissão linda. Não sei como ela consegue ainda falar comigo e acho que estou diante de um milagre. Todos os dias peço que lembre de mim e todos os dias faço a mesma pergunta para ela. Acho que estou treinando a mente da mamãe. Acho que sim. Eu falo: mãe, posso te perguntar uma coisa. Ela mesmo doente, consegue d
izer: já sei. O que faço da minha vida!? Eu sou muito grata ao canabidiol e ele de fato, ajuda a diminuir a perda cognitiva.
Mas não sei, de fato, o que fazer?
Verdadeiramente, queria estudar moda. Mas preciso de dinheiro para recomeçar numa universidade. E preciso ajudar minhas irmãs e irmão e todos que me amam. Preciso ajudar minha mãe. Tenho uma promessa com ela feita no passado, de ajudar minha irmã, mais velha. Esta teve tanta dureza na alma durante sua vida, me maltratava tanto e sem pesares, que acabei saindo de casa.
Eu acho que perdoei ou perdoo e esqueço. Afinal, é minha irmã e por mais dura que tenha sido a convivência, sei que teve suas dores terríveis e teve momentos que me ajudou muito.
O que fazer? Eu até me inscrevi numa prova de concursos, mas não tenho menor chance pelo meu despreparo.
Estou escrevendo aqui, retomando com força meu ideal, mas olho para as folhas brancas de estudo, ao lado da mesinha e tenho medo terrível de recomeçar. Senti um enorme mal estar em comprar um código civil. Quem diria que isso iria me acontecer na vida!? A própria amante do direito, da biblioteca e da justiça. Acho que foi a decepção deles, de tudo que eu estudei inexistir. Causa enorme desgosto e aquele tempo talvez fosse uma ilusão. Não é como estudamos de modo algum. Os livros se perdem e as folhas caem no chão.
Que Deus possa me curar e me ajudar!
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