Sonhos místicos e a troca do fardo.

Outro dia em sonho fui ao Purgatório. Em verdade, fui em dois deles neste sonho. Já tinha visto algumas vezes, em profunda oração diante do Santíssimo e após ter feito a indulgência plenária por uma prima, falecida.

Foi um caminho muito duro e cansativo. Um enorme sofrimento me seguia no sonho. Andava com amigas de infância até chegar a um local muito duro. Ali havia um recadinho de Deus, que para minha dor, não consegui ler. Pensei, posteriormente, que poderia ser parte da Justiça Divina.

Ao deitar, não se tinha nada para cobrir, somente a tristeza e angústia que separam os mundos de mais concreta impossibilidade de se conseguir uma oração de algum parente. 

Até ter a real certeza que estava, em sonho, no purgatório, demorou um tempo de consciência espiritual, dentro da minha mística de pecadora e errante.

Chorei muito pedindo minha mãe. Acordava, voltava a dormir, e a dor daquele lugar me adormecia mais e me fazia ficar presa no pesar.

Saí daquele purgatório com São Jorge no céu. Entendi que os Santos circulam para ajudar.  Não sou devota do Santo, mas ele deve ser meu protetor espiritual. Devo começar a rezar para ele e pedir por mim. Acabo esquecendo de pedir para os meus pedidos. Faltam os meus pedidos. Talvez seja isso.

Outro dia, Deus me mostrou que existe na cúpula da justiça do tribunal que amava e amo uma enorme quantidade de Santos os observando acima. Acredito que como é um lugar de muito sofrimento espiritual e lutas pelas justiças terrenas, o mundo espiritual entra diretamente, sobre eles, que têm força na terra. Esse mesmo círculo que tinha visto na cúpula do órgão e julgadores, existe nos purgatórios, onde se consegue ver os Santos que vêm, de fato, trazer alívio.

Saindo daquele purgatório fui para um muito duro. Era como se fossem salas pequenas, como mínimos quartos de uma entre aspas prisão, onde as pessoas salvas e em expiação por parte da Justiça Divina, tinham que ver o inimigo. Neste nível de purgatório o pecado é severo. A alma quase se perdeu para ali estar, posto que ver ou sentir o inimigo é uma penúria absurda à alma(vejam o filme nefarius).

 Observei um homem alto, muito distinto, elegante, mas na frente da sua veste, havia uma numeração. Constatei ser o demônio na numeração específica de sua ordem maligna.

Pensei no sonho, será que consigo salvar almas dos purgatórios? Seria uma loucura, perguntar ao maligno essa pergunta? Seria a mais absurda afronta, mas não consegui fazer a oração. 

Sentia o sofrimento deles, presos naquele lugar triste.

Quanta penúria!

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Ofereço a perseguição deste homem da justiça terrena e todos os males e humilhações que me gerou com seu grupo maligno, nos meus processos, para a libertação das almas dos purgatórios de sua família e de almas que em vida foram injustas com o irmão, até a conversão e o arrependimento.

Com gratidão.